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Treze de Maio, Data Sagrada

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Treze de Maio, Data Sagrada

Em justíssima homenagem, podemos dizer que treze de maio é um dia sagrado para a Umbanda. Isso porque a condição de “sagrado” pode ser atribuída a tudo aquilo que se converte em símbolo do divino em nossas vidas e nenhum umbandista sincero pode deixar de reconhecer que os Pretos-Velhos são um símbolo das virtudes que nos conduzem e nos aproximam de Deus.

Essas legiões benditas com sua abundante humildade, sua perene paciência e sua interminável sabedoria secam lágrimas e mitigam dores todos os dias nos incontáveis terreiros espalhados pelo Brasil (e presentemente já se pode dizer pelo mundo).

Mas quem são realmente os Pretos-Velhos? Isso é algo que muitos umbandistas não sabem com absoluta certeza e, por desconhecerem, mitos e inverdades são muitas vezes propagados e dados como verdades incontestáveis.

Sabe-se hoje que os primeiros escravos africanos chegaram ao Brasil em 1532, com a expedição de Martim Afonso de Souza e que a abolição da escravatura somente ocorreu em 1888. Portanto, durante 356 anos gerações de negros aqui chegaram, além daqueles que aqui nasceram.

Grande parte desses negros nasceram e morreram em cativeiro, não tendo tido a oportunidade de conhecer um único dia de liberdade. Foram vidas inteiras consumidas pelo trabalho, pela dor, pela humilhação e pela degradação completa a que a escravidão conduzia.

Obviamente havia causas anteriores, no curso regenerador das reencarnações, a justificar todo esse horror: em muitos casos, era o resgate do orgulho de vidas passadas entre a nobreza da velha Europa, em outros o resgate da crueldade empregada em batalhas e pilhagens ao longo da História.

Independente, contudo, das causas, fato é que a experiência da escravidão teve efeitos diferentes em espíritos diferentes. Muitos (a maior parte certamente) se revoltaram e destilaram seu ódio e sua sede de vingança deste e do outro lado da vida. Inúmeros são os relatos de perseguições e obsessões que se arrastam até os dias de hoje, preservando experiências dolorosas para ex-senhores e ex-escravos.

Outros, contudo, houve que tragaram do cálice de sua dor e reagiram com  resignação e doçura a todos os martírios a que foram submetidos. Esses, após abraçarem a liberdade no desencarne, reconheceram na pátria espiritual a grandeza e a sabedoria da Justiça Divina e, vendo-se libertos e redimidos de tantos crimes cometidos no passado, muitos houve que ainda pleitearam (e conseguiram) uma segunda oportunidade para encarnarem nas mesmas condições, a fim de poderem semear seu exemplo entre os companheiros de infortúnio.

Tais almas redimidas e felizes, conhecedoras do valor e da preciosidade do trabalho na edificação da própria felicidade se irmanam presentemente no astral, compondo as legiões de Pretos-Velhos que se apresentam entre nós no cotidiano dos trabalhos de Umbanda, a fim de semearem alento, consolo e paz entre os ainda tão carentes e ignorantes encarnados do planeta.

Não são os únicos, entretanto, nesse mister. Até porque não foram tantos os que se mantiveram resignados e humildes ante a dor da escravidão. Por isso, fazem-se acompanhar no mesmo trabalho de inúmeras almas que, embora não tenham vivido o horror da senzala, viveram experiências pungentemente dolorosas em outras searas, tendo sabido reagir igualmente com resignação e humildade.

Assim sendo, é certo que nem todos os que se apresentam nos terreiros envergando a roupagem de Preto-Velho passaram pela escravidão, mas é igualmente certo que todos experimentaram a redenção na dor e aprenderam como ninguém o valor da resignação aos desígnios de Deus e da preservação da humildade e da grandeza de espírito em todos os momentos da vida.

Não queremos aqui contradizer a opinião daqueles para quem os Pretos-Velhos são espíritos de grandes magos especializados em combater magia negativa. Cada um acredita no que lhe faz bem, no que lhe preenche, mas, se neles reconhecemos a condição de magos, é porque reconhecemos que, num mundo de tanta ignorância, a bondade, a sabedoria e o amor desinteressado ao próximo são verdadeiros atos de magia; de uma magia verdadeiramente divina, filha do tempo e da dor.

Esteja com quem estiver a verdade, só podemos agradecer a Deus por nos conceder a graça de desfrutarmos no dia-a-dia de nossa querida Umbanda da companhia e do carinho desses irmãos tão queridos e tão sábios.

Nossa eterna gratidão ao testemunho de amor e de desprendimento de Pai Tomé, de Pai Joaquim, de Pai Benedito, de Pai João, de Pai Antônio, de Pai Tomás, de Pai Cipriano, de Pai Cosme, de Pai Simão, de Vovó Maria Conga, de Vovó Catarina, de Vovó Antônia, de Vovó Benta, de Vovó Anastácia, de Vovó Quitéria, de Vovó Rita e de tantos incontáveis vovôs e vovós que semeiam paz e conforto espiritual em todos os terreiros da nação.

Saravá Pretos Velhos!

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